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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Bispo de Guarulhos usava gráfica de tucana para multiplicar baixarias contra Dilma - Brasília Confidencial

18/10/2010

A Polícia Federal apreendeu ontem aproximadamente um milhão de panfletos com ataques ao Governo Lula, ao PT e à presidenciável do partido, Dilma Rousseff, assinados pela seção paulista da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e impressos por uma gráfica de São Paulo sob encomenda da Diocese de Guarulhos. Pelo que se tornou público até agora, em setembro a Diocese de Guarulhos encarregou Kelmon Luís Souza, assessor do bispo Luiz Gonzaga Bergonzini, de contratrar a impressão de 20 milhões de panfletos em gráficas de São Paulo. O lote apreendido neste fim-de-semana era parte de uma encomenda de 2,1 milhões de panfletos feita à Pana Editora e Gráfica, que tem como sócia uma funcionária da Assembleia Legislativa filiada ao PSDB, Arlety Satiko Kobayaswhi. A encomenda total à Pana foi revelada pelo contador da empresa, Paulo Ogawa, e compreendia a impressão dos panfletos durante o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial. Também foi Paulo Ogawa, pai de outro sócio da gráfica, que apontou o assessor do bispo de Guarulhos como intermediário da encomenda.

A apreensão de ontem foi determinada pelo ministro Henrique Naves, do Tribunal Superior Eleitoral, atendendo denúncia apresentada pelo PT.

Milhares de panfletos, idênticos aos que a Polícia Federal apreendeu ontem, foram distribuídos tanto na reunião que o candidato tucano José Serra manteve com aliados, em Brasília, logo depois do primeiro turno de votação, quanto em missas celebradas no dia 12 de outubro em Aparecida (SP) e em Contagem (MG). O texto, produzido e assinado no fim de agosto pelos bispos da seção paulista da CNBB, atribui posições pró-aborto ao PT, ao governo federal, ao presidente Lula e a Dilma Rousseff. E apela para que os eleitores não votem em quem é a favor da descriminalização do aborto.

Ontem, cerca de 50 bispos, reunidos sábado em Indaiatuba, divulgaram nota em que dizem que “não indicam nem vetam candidatos ou partidos” e “que não patrocinam a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra” qualquer candidato à Presidência. Entre os signatários dos dois textos estão os bispos Nelson Westrupp, de Santo André; Benedito Beni dos Santos (vice-presidente da seção paulista) e Airton José dos Santos (secretário-geral).

“O Regional Sul 1 da CNBB desaprova a instrumentalização de suas declarações e notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos”, diz um trecho da nota emitida neste domingo.

Os bispos teriam avaliado que erraram em agosto ao citar o PT e Dilma.

”O erro que foi a apresentação de siglas partidárias. Isso não poderia ter acontecido. Você pode fazer uma nota tranquilamente, mas a partir do momento que você cita nomes e cita partidos políticos aí você fere as pessoas”, alegou o bispo de Limeira, Vilson Dias de Oliveira, coordenador da Comissão de Comunicação da regional.

Agora a seção paulista da CNBB recomendou que bispos evitem citar nomes de partidos ou de políticos em manifestações públicas como cartas ou declarações.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Comissão de Justiça e Paz condena grupos que, em nome da fé cristã e da CNBB, induzem fiéis contra Dilma

Brasília Confidencial

07/10/2010

A Comissão Brasileira Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou ontem uma nota pública em que condena o uso da fé cristã no processo eleitoral. A publicação do documento sucede a ampla divulgação de acusações contra a candidata Dilma Rousseff (PT).

“Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente”, afirma a nota em que é criticada também uma manifestação da Regional Sul 1 da CNBB, que não recomendou o voto em Dilma. O comando nacional da CNBB condenou o texto da regional e ressaltou que ele não representa o pensamento da entidade.

“Continua sendo instrumentalizada eleitoralmente a nota da presidência da Regional Sul 1 da CNBB, fato que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias”, denuncia a Comissão Brasileira de Justiça e Paz.

É o seguinte, na íntegra, o pronunciamento da CBJP:

Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz

O MOMENTO POLÍTICO E A RELIGIÃO

“Amor e Verdade se encontrarão. Justiça e Paz se abraçarão” (Salmo 85

“A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) está preocupada com o momento político na sua relação com a religião. Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente. Desconsideram a manifestação da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 16 de setembro, “Na proximidade das eleições”, quando reiterou a posição da 48ª Assembléia Geral da entidade, realizada neste ano em Brasília. Esses grupos continuaram, inclusive, usando o nome da CNBB, induzindo erroneamente os fiéis a acreditarem que ela tivesse imposto veto a candidatos nestas eleições.

Continua sendo instrumentalizada eleitoralmente a nota da presidência do Regional Sul 1 da CNBB, fato que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias.

Constrangem nossa consciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os cristãos e comprometendo a comunhão eclesial.

Os eleitores têm o direito de optar pela candidatura à Presidência da República que sua consciência lhe indicar, como livre escolha, tendo como referencial valores éticos e os princípios da Doutrina Social da Igreja, como promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, com a inclusão social de todos os cidadãos e cidadãs, principalmente dos empobrecidos.

Nesse sentido, a CBJP, em parceria com outras entidades, realizou debate, transmitido por emissoras de inspiração cristã, entre as candidaturas à Presidência da Republica no intento de refletir os desafios postos ao Brasil na perspectiva de favorecer o voto consciente e livre. Igualmente, co-patrocinou um subsídio para formação da cidadania, sob o título: “Eleições 2010: chão e horizonte”.

A Comissão Brasileira Justiça e Paz, nesse tempo de inquietudes, reafirma os valores e princípios que norteiam seus passos e a herança de pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Luciano Mendes, Margarida Alves, Madre Cristina, Tristão de Athayde, Ir. Dorothy, entre tantos outros. Estes, motivados pela fé, defenderam a liberdade, quando vigorava o arbítrio; a defesa e o anúncio da liberdade de expressão, em tempos de censura; a anistia, ampla, geral e irrestrita, quando havia exílios; a defesa da dignidade da pessoa humana, quando se trucidavam e aviltavam pessoas.

Compartilhamos a alegria da luz, em meio a sombras, com os frutos da Lei da Ficha Limpa como aprimoramento da democracia. Esta Lei de Iniciativa Popular uniu a sociedade e sintonizou toda a igreja com os reclamos de uma política a serviço do bem comum e o zelo pela justiça e paz.

Brasília, 06 de Outubro de 2010.
Comissão Brasileira Justiça e Paz,

Organismo da CNBB”

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Padre e bispos da CNBB-SP cometeram crime eleitoral

Carta Maior: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17026


Integrantes de ala ultra-conservadora da Igreja Católica distribuíram panfleto na saída de missas e fizeram proselitismo contra a candidata Dilma Rousseff, no dia da eleição. O bispo de Jales, Demétrio Valentini, denunciou que integrantes da Regional Sul da CNBB, entre eles o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga (foto) articularam trama para induzir os fiéis a acreditar que o panfleto expressava posição da CNBB, o que foi negado pela direção da entidade. “A nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, denunciou o bispo de Jales. Prática constitui crime eleitoral punível com detenção de seis meses a um ano.

Marco Aurélio Weissheimer

O padre Paulo Sampaio Sandes, articulado com o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga, e um grupo de outros integrantes da ala ultra-conservadora da Igreja Católica cometeram crime eleitoral no domingo (3), dia da realização do primeiro turno da eleição presidencial no Brasil. Conforme matéria de Maria Inês Nassif, publicada no jornal Valor Econômico (04/10/2010), Sandes, Gonzaga e outros elementos distribuíram propaganda eleitoral e fizeram proselitismo em espaço público valendo-se de sua condição de religiosos contra a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, que, na avaliação dos citados, seria contrária aos “valores cristãos”.

Esse tipo de prática é expressamente proibido pela legislação eleitoral brasileira. O panfleto distribuído pelos religiosos no dia da eleição é assinado pelos bispos Dom Nelson Westrupp, Dom Benedito Beni dos Santos e Dom Airton José dos Santos.

O artigo 37, da Lei n° 9.504, proíbe esse tipo de manifestação em bens de uso comum. O parágrafo 4°, do referido artigo, inclui os templos religiosos nesta categoria:

“Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pela Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada”.


E o artigo 39, da mesma lei, afirma que:

“Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR”:

(…)

II – a distribuição de material de propaganda política, inclusive volantes e outros impressos, ou a prática de aliciamento, coação ou manifestação tendentes a influir na vontade do eleitor.

II – a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna

III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário.

III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

A matéria relata que, no dia da eleição, o padre Paulo Sampaio Sandes expôs na homilia o suposto veto da Igreja Católica brasileira a Dilma e a todos os candidatos do PT. Segundo informa Maria Inês Nassif, o padre Paulo faz parte de uma congregação tradicional que é contra, entre outras coisas, o aborto, a união civil de homossexuais e a adoção de crianças por casais de homossexuais. Na saída da missa, o padre distribuiu uma carta onde a regional da CNBB pede aos fies que não votem em candidatos que defendem o aborto, nomeando os candidatos petistas. Não foi um caso isolado.

O bispo de Jales, Demétrio Valentini (foto), denunciou que integrantes da Regional Sul, contando com a conivência de alguns bispos, articularam uma trama para induzir os fiéis paulistas a acreditarem que a CNBB nacional tinha imposto um veto aos candidatos do PT nessas eleições, o que é negado pela direção da entidade. “Estamos constrangidos, pois a nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, disse Valentini ao Valor.

A Regional Sul 1, que abrange as dioceses do Estado de São Paulo, recomendou que às paróquias que distribuíssem o “Apelo aos Brasileiros”, que acusa o PT de ser parceiro do “imperialismo demográfico representado por fundações norteamericanas” e de “apoiar o aborto”. Apesar do desmentido da CNBB nacional, o documento foi distribuído em diversas igrejas de São Paulo, causando, segundo a opinião de diversos analistas e da maioria dos meios de comunicação um considerável prejuízo à candidata.