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Se compreender é impossível, conhecer é necessário.
Primo Levi

“Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem” B.Brecht

"Politicians should read science fiction, not westerns and detective stories." - Arthur C. Clarke

Time is so old and love so brief
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Ai que preguica! (Macunaima)

No creo en la eternidad de las peleas
Y en las recetas de la felicidad (John Drexler, Mercedes Sosa)

Na aula de hoje: Todo vice é um Kinder Ovo; vem com uma surpresa dentro.



sexta-feira, 15 de outubro de 2010

“Vídeo bomba” mostra o que está em jogo no segundo turno

Marco Aurélio Weissheimer

Não seria nada mal se eleitores e eleitoras dedicassem alguns minutos de seus dias para conversar um pouco sobre o assunto exibido em um pequeno vídeo que fala sobre o presente e o futuro do país. Considerando a quantidade de baixarias que circula na internet e fora dela, esse vídeo é, como gosta de dizer nossa imprensa, uma bomba. Feita para pensar.

youtube

Carta Maior

A campanha eleitoral assumiu um tom fascistóide, diz Maria Rita Kehl

Celso Marcondes 15 de outubro de 2010 às 12:05h

Em entrevista a CartaCapital, a psicanalista responsabiliza Serra pelo nível do debate eleitoral, fala de aborto e corrupção.
O fim da coluna da psicanalista Maria Rita Kehl no O Estado de S.Paulo foi um dos assuntos da semana, em particular na internet. Seu artigo “Dois Pesos” foi pesado demais para os donos do diário paulista. Neste espaço, publicamos vários artigos a respeito. A repercussão enorme gerou até um abaixo-assinado que corre pela rede em sua defesa. Passado o impacto, Rita Kehl conversou com CartaCapital a respeito das eleições presidenciais, que ela acompanha de perto, com o olhar da profissional conceituada em sua área e também com a visão de cidadã e jornalista, carreira que seguiu nos tempos da ditadura. Ela se diz escandalizada com os temas que tomaram conta do debate eleitoral e responsabilizou a campanha do PSDB por isso.

Carta Capital

Transparência: nem sempre esclarece

vídeo: Basicregisters&monicamartins

Stephin Merritt The Man Of A Million Faces


assista video

In the darkness she embraces
The man of a million faces
Soon on backstreets she paces
Freezing in flimsy laces

Quite the psychiatric case
Is the man of a million faces
Wielder of flails and mases
Veteran of high-speed chases

Not a single victim places
The man of a million faces
No one knows what his race is
No sin or crime disgraces
The man of a million faces

Quando a biografia diz não

15/10/2010

AYRTON CENTENO

Campanha eleitoral tem mil e uma utilidades. Uma delas é mostrar o que é transformado no que não é. Para isso, serve-se o candidato de sua capacidade de mimetizar referências positivas. No primeiro turno, apontado nas pesquisas qualitativas como o “candidato dos ricos”, José Serra metamorfoseou-se no pobre “Zé da Moóca”, o “amigo do Lula”. Mas a nova identidade não colou. Até seu mentor FHC chiou: “Serra não é Zé, Serra é Serra!” Então, voltou a ser Serra. É do jogo. Mas, convenhamos, o disfarce deste segundo turno vai além do decoro e do respeito às coisas sabidas e consabidas. Agora, Serra ou Zé ou Serra é “o homem do bem”. E é, convenhamos, demais até para as regras complacentes das fantasias eleitorais.

Adversários e aliados, esquerda e direita, conservadores e progressistas, todo o mundo da política sabe que Serra, Zé ou Serra não cabe no novo figurino.

“Serra é mais feio na alma do que no rosto”, carimbou Ciro Gomes. Integrante do PSDB até 1996, portanto ex-companheiro de viagem do tucano, Ciro já declarou que Serra “não tem escrúpulos” e “passaria com um trator até por cima da mãe”. Acusou-o de ser truculento e de agir destrutivamente. Ele sabe do que fala. A transformação da internet em uma cloaca nazista, plena de ódio, mentira e preconceito serve como ilustração.

Relata a crônica política que sua antiga aliada do PFL, Roseana Sarney, e seus companheiros de PSDB, os ex-ministros Paulo Renato e Pedro Malan e o senador Tasso Jereissati – estes três adversários de Serra na disputa interna do PSDB à sucessão presidencial em 2002 – sabem bem como é amarga a condição de quem se atravessa no caminho do “homem do bem”.

Mas um “homem do bem” precisa ter a coragem de assumir o que faz. Um “homem do bem” precisa dar respostas. E respostas convincentes. Serra, alvo de muitas perguntas, não costuma dá-las.

Precisa explicar, por exemplo, como seu dileto amigo, primo político e ex-sócio, Gregório Marin Preciado, mais conhecido como “Espanhol”, conseguiu reduzir sua dívida no Banco do Brasil – na época de FHC presidente e Serra ministro — de R$ 448 milhões para apenas R$ 4,1 milhões! Menos de 1% do que devia! Quais dos milhões de credores do BB não gostariam de um tratamento vip desses? Mas não é para qualquer bico e sim para bico de tucano…Pelo menos, parece que naqueles tempos era assim.

Precisa explicar porque alojou o mesmo Preciado no conselho de administração do Banespa, banco de todos os paulistas, mais tarde privatizado, segundo o receituário tucano. Não antes do Banespa perder dinheiro grosso em negociações com o dito Preciado.

Precisa explicar como o “Espanhol”, mesmo quebrado, arranjou US$ 3,2 milhões para depositar no exterior, através da conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova Iorque. Boa parte da bolada favoreceu empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e também de FHC, alvo de vários processos por conta das privatizações da Era Tucana.

Precisa explicar como e porque seu ex-caixa ajudou o querido primo, antigo sócio e sempre amigo Preciado — este sem vintém e devendo ao Banco do Brasil — a comprar três estatais de energia elétrica – Coelba, da Bahia, Cosern, do Rio Grande do Norte, e Celpe, de Pernambuco. Representante da empresa Iberdrola, da Espanha, Preciado conseguiu, sempre com a mão amiga do ex-caixa de Serra, formar o consórcio Guaraniana que arrematou as três empresas estaduais. E tudo em sociedade com o BB. Ou seja, deu-se uma mágica segundo a qual um grande devedor do BB tornou-se sócio do próprio credor para comprar patrimônio público do povo brasileiro!

Precisa explicar porque a maior parte do dinheiro de Preciado trafegou no exterior justamente em anos eleitorais, especialmente em 2002, quando o amigo, sócio e primo Serra disputou a Presidência contra Lula. Foram US$ 1,5 milhão. Mera casualidade? Serra deve explicar.

Precisa explicar porque, junto com o primo e então sócio Preciado, desfez-se às pressas de um imóvel que seria penhorado por dívidas junto ao Banco do Brasil. Teriam praticado aquilo que é conhecido como “fraude pauliana”? Em outras palavras, fraude contra credor, impedindo-o de se ressarcir do dano sofrido?

Precisa explicar como foi exatamente que sua filha e ex-sócia, Verônica Serra, tornou-se também sócia de outra Verônica, esta Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, na empresa Decidir em Miami. E qual exatamente foi o papel do banco Opportunity, de Dantas, no financiamento da empresa? Dantas que, por outra coincidência, arrematou várias estatais na era de ouro da privataria e, em uma de suas últimas aparições públicas, portava elegantes algemas aplicadas pelo delegado Protógenes Queiroz, da PF.

Precisa explicar porque, durante muitos anos, omitiu das declarações à Justiça Eleitoral sua sociedade com a filha Verônica na ACP Análise da Conjuntura, firma que operava em São Paulo em imóvel do primo, ex-sócio e amigo Preciado. Por quê?

Precisa explicar a penca de empresas de nomes iguais ou similares – como se fosse preciso despistar alguém — abertas por sua ex-sócia e filha, além do genro Alexandre Bourgeois, no Brasil e em paraísos fiscais.

Precisa explicar porque o alto tucanato abriu tantas empresas em paraísos fiscais do Caribe, notadamente no Citco Building, em Road Town, nas Ilhas Virgens Britânicas, e coincidentemente no tempo das privatizações. De onde saiu tanto dinheiro?

Precisa explicar, aliás, onde foi parar mesmo o dinheiro das privatizações?

É árduo senão impossível responder estas perguntas, todas oriundas de reportagens, representações do Ministério Público Federal, ações judiciais e relatórios de CPIs. Perguntar-lhe também tem sido difícil. Não somente pelo compromisso dos donos da mídia com o candidato, mas pela sua recorrente reação às raras questões embaraçosas apresentadas pelos repórteres. O tratamento padrão dado àqueles que dele divergem ou o questionam não ajuda na composição da alegoria de “homem do bem”. As redações sabem que, na pele de Serra ou Zé, a resposta pode ser igualmente brusca e destemperada. Foi assim nesta semana e assim tem sido ao longo de toda a campanha. Mas é um momento jornalisticamente revelador porque o candidato exibe-se inteiro como realmente é: autoritário e prepotente.

O problema de Serra reside em um ponto: a categoria de “homem do bem” não é autoconcedida. Depende dos outros, de seus juízos e de toda uma história de vida e de escolhas. Do que se fez e do que se deixou de fazer. E do que se está fazendo exatamente agora.

Serra pode querer ser, por conveniência, o “homem do bem”. Mas sua biografia diz não.

Brasília Confidencial

Para os que acreditam que não há mais direita


Man Ray - Iron - 1921


Marcelo Carneiro da Cunha
de São Paulo
(...)
A direita descobriu a internet, estimados leitores, e nos encheu de emails sobre o horror do PT e o fim do mundo que o Lula aprontou pra todos nós. Você não recebeu toneladas de mails raivosos e rabugentos nesses tempos e mesmo antes deles? Como se parecem esses mails? Eles não têm sabor de veneno e olhar de predador louco pela sua carcaça? Eles não ficam lhe avisando para se cuidar com tudo que está ali fora? Eles não lhe avisam que o que está ali fora quer terminar com a civilização ocidental e o direito divino dos que sempre tiveram tudo de continuar tendo? Eles não são basicamente contra tudo?
(....)

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