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Se compreender é impossível, conhecer é necessário.
Primo Levi

“Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem” B.Brecht

"Politicians should read science fiction, not westerns and detective stories." - Arthur C. Clarke

Time is so old and love so brief
Love is pure gold and time a thief (Billie Holiday)

Ai que preguica! (Macunaima)

No creo en la eternidad de las peleas
Y en las recetas de la felicidad (John Drexler, Mercedes Sosa)

Na aula de hoje: Todo vice é um Kinder Ovo; vem com uma surpresa dentro.



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades

O Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades – Telecentros.BR é uma iniciativa do Governo Federal no âmbito do Programa Inclusão Digital, para a implantação e manutenção de telecentros pelo país. A Coordenação-Geral é realizada por um colegiado composto pelos Ministérios da Ciência e Tecnologia, das Comunicações e do Planejamento, sendo este último o responsável pela Coordenação Executiva do Programa.

O apoio aos telecentros se dará mediante a oferta de formação e bolsas para monitores destes espaços, constituindo uma Rede Nacional de Formação, além de conectividade à internet, e de equipamentos de informática novos e recondicionados. Pretende-se, com isso, dar condições à continuidade e fortalecimento de iniciativas de inclusão digital em andamento, bem como a outras que venham a se estruturar de maneira aderente ao Programa.

A Rede Nacional de Formação para Inclusão Digital está sendo criada para oferecer o Curso de Formação para Monitores do Telecentros.BR. Sete instituições foram selecionadas como polos regionais Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, em dois casos sendo apoiadas por polos estaduais (Ceará e São Paulo), e uma como polo nacional da rede. Esses polos vão estar em contato constante com as iniciativas parceiras do Programa para integrar os esforços de qualificação de gestores e monitores. O curso de formação terá duração de doze meses para cada monitor, com carga horária total de 480 horas. A maior parte das atividades será oferecida na plataforma de educação a distância Moodle exclusiva da Rede Nacional de Formação, em software livre.

Durante a sua passagem pelo ambiente colaborativo Moodle, os monitores contam com o acompanhamento mais próximo de um tutor. Tutor é a pessoa responsável por mediar o processo de formação em rede dos monitores e gestores. O tutor deve atuar em rede, desempenhando um papel fundamental na mediação do aprendizado individual e coletivo, de forma dialógica, dinâmica e interativa.

Este tutor tem uma visão geral sobre os percursos formativos de cerca de trinta monitores, interagindo e problematizando as escolhas feitas pelos monitores e relacionando os caminhos percorridos aos projetos em andamento.

A Rede de Formação produziu um curso de formação para estes tutores, presencial e a distância, com cerca de trinta e seis horas, e acompanhará de perto seu trabalho por meio de um supervisor de tutoria e de listas de discussão que o auxiliem durante sua ação.

Atualmente estão abertas as seleções de tutores e supervisores do Polo Centro-Oeste

Centro-Oeste: http://www.programandoofuturo.org.br/site_novo/2010/2011/01/14/polo-centro-oeste-seleciona-supervisores-e-tutores/ (aberto até 28/01/2011)

Laurel, Hardy and......

SANTANA!!!!!!!!!!!!


"Sãão Pauulooo!" -

texto e link de vídeo enviado por Marcos Terena

"Sãão Pauulooo!"

FAUSTO MARTIN DE SANCTIS

Criar na cidade um museu indigenista cumpriria a obrigação legal de valorizar o patrimônio cultural, uma dívida que ainda não foi paga.

Abordagens de nossa cidade têm contemplado questões como diversidade, modernidade, generosidade, requinte, violência e grandeza. Mas uma realidade é pouco observada. Falo de nossa raiz, esfumaçada por parte da elite paulistana, que vê no resquício tupiniquim algo que envergonha.

Nossas comunidades indígenas desaldeadas só são retratadas, e quando o são, em poucas escolas. É possível alfabetizar crianças em guarani, mesmo alijadas de seu círculo comunitário, como as que moram em conjuntos habitacionais ou favelas. Uma educação bilíngue.

O que se ensina e aprende são costumes que felizmente já estão em nós. E se estão, a ponto de interferir em nosso modo de viver e ver as coisas, é porque passaram a fazer parte de nós.

O resgate histórico de nossa cidade passa por olhar, coletivamente, o ambiente urbano. Realiza-se, a partir de nossos antepassados, a árvore do que será. Ora, a era atual representa o fruto. A simbiose do tempo nos persegue, em equação que conserva um todo. Um corpo.

Estamos presentes no Real Parque, no Capão Redondo, no Jardim Elba, em Paraisópolis, no Grajaú, no Jardim das Palmas, na Sônia Maria e no Jardim Irene (pankararu).

Também no pico do Jaraguá (jaraguá-ytu), em Parelheiros (guaranis), em Guaianases e em Itaquera (guaianás). Mas, aqui, valeria o ditado de raiz tupi "cada macaco no seu galho"?

E o que poderíamos dizer do encontro da índia Bartira e de João Ramalho, de cujos nove filhos surgiram a matriz de Piratininga (nossa cidade em tupi-guarani)?

As nossas tão invocadas simplicidade e generosidade teriam raiz no ato dos guaianás, que, após um naufrágio em 1513, permitiram a João Ramalho que com eles convivesse e que se casasse com a filha do chefe festeiro Tibiriçá?

José de Anchieta aprendeu com eles a língua tupi-guarani, língua oficial brasileira até o final do século 17. Falada em São Paulo até o século 19! Paulista não pronuncia o "r" no final das palavras. Jacaré, macaco, ipê, piracema, tantas as influências tupis-guaranis.

A criação em nossa cidade de um museu indigenista, técnico, tecnológico e interativo alimentaria nossa autoestima e cumpriria obrigação constitucional e legal, também moral, de valorizar o patrimônio cultural. Dívida ainda não paga.

O museu indígena na capital consagraria, apenas por sua presença, a nossa história. Moema, Ibirapuera, Guaianases, Mooca, Itaquera, Morumbi, Mandaqui, Tatuapé... Não se trata, pois, de segregar, mas de agregar.

Formação é indissociável. Melhor se considerarmos o que somos-fomos. Somos-fomos bons quando vivos em nós mesmos. Resgate de nossa crença, da força transformadora do todo.

E não venham com mesquinharias. A reconstrução de nossa rica história merece um museu à nossa altura: à proporção de nossa generosidade e tolerância, ainda que com as consequências dessas heranças, que nos fazem, ao mesmo tempo, reféns e desfrutadores.

Também caberia a reflexão da educação indígena em nossas escolas. Que não mais nos envergonhe o tupi, porque "tupi or not tupi", há um século, "was the question". Saudades de Oswald de Andrade...

FAUSTO MARTIN DE SANCTIS é juiz federal em São Paulo e escritor.

Terena tem razão: o título deveria ser

Os Índios que abrigam uma selva, de pedra...