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Se compreender é impossível, conhecer é necessário.
Primo Levi

“Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem” B.Brecht

"Politicians should read science fiction, not westerns and detective stories." - Arthur C. Clarke

Time is so old and love so brief
Love is pure gold and time a thief (Billie Holiday)

Ai que preguica! (Macunaima)

No creo en la eternidad de las peleas
Y en las recetas de la felicidad (John Drexler, Mercedes Sosa)

Na aula de hoje: Todo vice é um Kinder Ovo; vem com uma surpresa dentro.



domingo, 26 de setembro de 2010

Pasión

Más allá de los frívolos discursos posmodernos y los fracasados pronósticos de los teóricos del fundamentalismo del mercado, la pasión sigue siendo la más poderosa fuerza motriz de las grandes transformaciones políticas, sociales y culturales.
Hugo Acevedo

privacidade

Hoje domingo 11:02 h recebo uma ligação para votar em Aloysio Nunes.
Que intimidade é essa?
011 3511 1700 é o número que aparece no bina.
"O assinante programou esse número para não receber chamadas temporariamente".

Salario mínimo $300

Lí em matéria de Ayrton centeno, em Brasília Confidencial, "Lula afrima que Dilma vai unir o país", lá no último parágrafo:
"Lula enumerou alguns avanços sociais durante seu governo: 99% das categorias profissionais com aumento de salário acima da inflação, salário mínimo de quase 300 dólares e, até o fim do ano, criação de 15 milhões de empregos com carteira assinada."
http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=21721

Isso me fez lembrar essa situação há 26 anos atrás:
Se minhas pesquisas na web foram feitas corretamente, o salário mínimo em julho de 1984 era de $53,71 ( moeda corrente Cruzeiro) (Câmbio=1809.00).
Mas por que escrevo isso? Para lembrar de uma conversa com um senhor num bar em Firenze – Bar de um iraniano que servia água mineral como quem serve champagne – onde todas as tardes, para aliviar um calor pazzesco de 35 graus, íamos nos intervalos da tarde “tomar um refresco” que podia ser água, cerveja ou uma hoha hola (cola cola em Fiorentino).
Todos éramos ou estudantes ou mestres artesãos em metalurgia. Era com orgulho e um certo exibicionismo que íamos com nossos aventais de couro, até o bar de Husseim, até para não sermos confundidos com os turistas e sermos embarcados por engano em um ônibus com ar condicionado.
O convívivo diário e a curiosidade dos humanos, fiquei amiga deste Mestre, um líder natural, daqueles que chegam com um sorriso na cara suada, cantando um trecho de ópera e cumprimentando todo mundo, atrás de sua barriga enorme protegida pelo avental, as mangas arregaçadas e que, apenas sentado, acendia seu cigarro e falava: bene ragazzi racontatemi tutto dal ieri fino adesso... e assim esse urso reunia todos á sua volta.
Então quis saber que eu era, que amava o Brasil mesmo sem conhecer e que não queria morrer sem antes vir pescar no pantanal. Conversa vai e vem, a chegada dos refugiados vietnamitas em minha escola despertou uma discussão sobre a condição das pessoas no mundo. E foi assim, não me recordo o começo da conversa, que falei quanto ganhava um operário no Brasil.
Pietro Cornara deu um murro na mesa e disse que isso não podia continuar, que era necessário fazer alguma coisa.
Ok o curso acabou, não nos vimos mais, mas aquele murro na mesa era verdadeiro.
Tenho saudades daqueles dias, onde , depois de um banho, ia para os centros dos operários assistir a um filme, comer um lanche ou ler jornais. Eu não precisava ser operária, não precisava ser do mesmo partido deles, para ser acolhida com dignidade.
Ok as coisas mudaram é o gerúndio da história. A Roda da Fortuna como musicou Karl Orff em Carmina Burana. “Vita detestabilis” para uns e ótima para outros.