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Se compreender é impossível, conhecer é necessário.
Primo Levi

“Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem” B.Brecht

"Politicians should read science fiction, not westerns and detective stories." - Arthur C. Clarke

Time is so old and love so brief
Love is pure gold and time a thief (Billie Holiday)

Ai que preguica! (Macunaima)

No creo en la eternidad de las peleas
Y en las recetas de la felicidad (John Drexler, Mercedes Sosa)

Na aula de hoje: Todo vice é um Kinder Ovo; vem com uma surpresa dentro.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

descriminar (De+criminar - Aurélio) não é o mesmo que liberar (Do latim liberatione - Aurélio)

Dilma refere-se á questão do aborto como um caso de saúde pública. Ela é, pessoalmente, contra o aborto, mas acredita na necessidade de tratar do assunto como questão de saúde pública nos casos previstos por Lei.



Já o Padre (do latim pater = pai)que ascendeu ao cargo de bispo, Dom Luis, distorce a idéia, substituindo o termo descriminar por liberar. Como religioso teve ótima educação e sabe distinguir o significado de um termo, do significado do outro. Mas, por má Fé (com maiúscula mesmo)agiu ciente de sua atitude, sabendo ser apoiado pelos fiéis ignorantes e pelos conhecedores do termo. Foi ouvido, seja por temor genuíno (que não quer dizer inteligente) ao Senhor, seja por interesses maiores (que extrapolam a esfera da Fé).(O panfleto da TFP distribuído num encontro tucano usa o termo legalizar.)



Note que no vídeo de Dilma, há a possibilidade de inserir comentários, e que no vídeo "defesadavida" esse campo foi desativado.

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Sea Shepherd Brasil






Batizado de Operação Biguá Sujo Não!, o ato pacífico terá a participação de centenas de pessoas contrárias à construção do estaleiro e uma frota de cerca de 50 embarcações. Os barcos, que irão zarpar de Biguaçu, navegarão com a bandeira pirata da Sea Shepherd desfraldada nos mastros. A ação ocorre durante todo o dia de sábado. Na praia de Jurerê, estarão presentes Embaixadores do Mar como Karol Meyer, campeã mundial de mergulho em apnéia, moradora da região e defensora do meio ambiente, e Erick Wilson, artista plástico do Oceano Art. Wilson, conhecido por grandes pinturas da vida marinha, irá produzir em Jurerê uma tela gigante retratando a vida marinha ameaçada pelos interesses de Eike Batista e da OSX.Durante a ação, as pessoas presentes serão convidadas a fincar bandeiras de Sea Shepherd nas areias de Jurerê, simulando um cemitério junto à orla. A representação pretende alertar para o que, de fato, poderá se transformar um dos mais belos cenários de Florianópolis se o estaleiro for implantado na região: uma área sem vida e miserável. Além de ser um dos mais importantes destinos turísticos do país, a região abriga uma reserva biológica, uma reserva ecológica e uma área de proteção ambiental.

O Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB) - Guardiões do Mar - integra a Sea Shepherd Conservation Society (SSCS), a primeira ONG de proteção dos mares. Atualmente, a Sea Shepherd é considerada a ONG mais ativista do mundo e conta com a participação efetiva de milhares de voluntários em todo o mundo.

Mais informações com: Hugo Malagoli, 51-3251-4626; hugo@seashepherd.org.br

WWW.SEASHEPHERD.ORG.BR

Lembretes para o 2º turno de 2010 - Por Flavio Aguiar

05/10/2010 09:52

"Peço licença para hoje tratar diretamente de assunto da nossa política... interna: eleição 2010.



Aos meus amigos verdes, gostaria de lembrar que Fernando Gabeira já declarou apoio a Serra, o que mostra como de fato ele considera Marina da Silva e as instâncias do próprio partido.

Assim como a causa ambiental, uma vez que entre Serra/DEM/Índio da Costa e causas ambientais há uma distância de anos-luz.

É bom lembrar também que Serra ganhou nos estados do chamado “espinhaço do agro-business”, que vai de Santa Catarina a Rondônia. Isso permite uma bela previsão do que vai ser o seu governo, muito mais do que frases sem cabeça nem pé.

A propósito de anos-luz: o que ajudou a empurrar Serra para o segundo turno, dando mais votos a Marina, foi a campanha obscurantista, retrógrada, caluniosa e que usa o nome de todas as religiões em vão, acusando, por exemplo, Dilma Rousseff de ser a favor do aborto.

Aos preocupados com a liberdade de imprensa, lembro que na mídia que apóia a candidatura de Serra, velada ou abertamente, desde 2006 tornaram-se comuns as “operações limpeza” (inclusive a pedido), eliminando jornalistas (inclusive de renome) dissidentes (como durante a ditadura) ou que não tocavam de acordo com a música.

Já a quem se preocupe com política externa, lembro que, se Serra levar a sério suas declarações durante a campanha, erguerá uma cortina de ferro nas fronteiras do nosso país, acabando com a integração continental. Sem falar que retornaremos aos tempos do beija-mão e da barretada à potência de plantão. O Brasil vai perder todo o prestígio que acumulou nos últimos anos. Vai murchar em matéria de contatos com a África, Ásia, Oceania e América Latina, sem que isso signifique uma melhor posição diante da Europa ou da América do Norte.

Se a preocupação for com a idéia de que “é bom alternar quem está no poder”, sugiro que comecemos por pensar no caso de S. Paulo, o segundo orçamento da nação, que completará vinte anos sob a batuta da coligação PSDB/DEM, com resultados precários na educação, saúde e segurança.

Para quem ache que “é tudo a mesma coisa”, lembro que a arte da política (de acordo, entre outros, com Gramsci) é a de discernir as diferenças para além das aparentes semelhanças, e que essas diferenças aparecem mais pelo acúmulo de atos do que pelo de palavras e promessas.

Lembro ainda que, devido aos resultados do primeiro turno, uma vitória de Serra vai transformar o governo federal em cabide para uma penca de políticos subitamente desempregados da sua coligação, que já deviam estar defenestrados (pelo voto, como foram) da nossa vida pública há muito tempo.

É bom não esquecer que Serra não apresentou qualquer programa. Mas seu último ato significativo no governo de S. Paulo foi a privatização da Nossa Caixa, brecada porque adquirida pelo Banco do Brasil. Isso é um bom prognóstico para o que vai acontecer com o Banco do Brasil. Caixa Econômica Federal, Petrobrás, etc.

Ao invés de programas, Serra distribuiu gestos e palavras a esmo. Dizer que quem fuma é contra Deus, puxar Ave Maria em missa, falar em austeridade fiscal e ao mesmo tempo prometer aumentos vertiginosos do salário mínimo, dizer que tem preocupação ambiental e ao mesmo tempo prometer no Pará que vai mexer na legislação que protege a Amazônia não é um programa nem um bom começo para quem quer alardear honestidade política e coerência.

E por aí se vai.

Dilma, por sua vez, defende um programa (que pôs em prática) ao mesmo tempo social e austero, demonstrou ser uma candidata de idéias próprias e não um factóide de si mesmo que fica esgrimindo promessas a torto (sobretudo) e a direito. Foi atacada, caluniada, difamada e manteve a linha o tempo inteiro (ao contrário de Serra, que seguido perdeu a linha quando confrontado com perguntas incômodas), não recorreu a esses golpes baixos tão típicos das campanhas da direita. Não é o caso de se concordar com ela em tudo. Mas Dilma é diálogo.

Leia, medite e passe adiante, se achar que é o caso. Obrigado pelo seu tempo. "

http://www.redebrasilatual.com.br/multimidia/blogs/blog-do-velho-mundo

Padre e bispos da CNBB-SP cometeram crime eleitoral

Carta Maior: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17026


Integrantes de ala ultra-conservadora da Igreja Católica distribuíram panfleto na saída de missas e fizeram proselitismo contra a candidata Dilma Rousseff, no dia da eleição. O bispo de Jales, Demétrio Valentini, denunciou que integrantes da Regional Sul da CNBB, entre eles o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga (foto) articularam trama para induzir os fiéis a acreditar que o panfleto expressava posição da CNBB, o que foi negado pela direção da entidade. “A nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, denunciou o bispo de Jales. Prática constitui crime eleitoral punível com detenção de seis meses a um ano.

Marco Aurélio Weissheimer

O padre Paulo Sampaio Sandes, articulado com o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga, e um grupo de outros integrantes da ala ultra-conservadora da Igreja Católica cometeram crime eleitoral no domingo (3), dia da realização do primeiro turno da eleição presidencial no Brasil. Conforme matéria de Maria Inês Nassif, publicada no jornal Valor Econômico (04/10/2010), Sandes, Gonzaga e outros elementos distribuíram propaganda eleitoral e fizeram proselitismo em espaço público valendo-se de sua condição de religiosos contra a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, que, na avaliação dos citados, seria contrária aos “valores cristãos”.

Esse tipo de prática é expressamente proibido pela legislação eleitoral brasileira. O panfleto distribuído pelos religiosos no dia da eleição é assinado pelos bispos Dom Nelson Westrupp, Dom Benedito Beni dos Santos e Dom Airton José dos Santos.

O artigo 37, da Lei n° 9.504, proíbe esse tipo de manifestação em bens de uso comum. O parágrafo 4°, do referido artigo, inclui os templos religiosos nesta categoria:

“Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pela Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada”.


E o artigo 39, da mesma lei, afirma que:

“Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR”:

(…)

II – a distribuição de material de propaganda política, inclusive volantes e outros impressos, ou a prática de aliciamento, coação ou manifestação tendentes a influir na vontade do eleitor.

II – a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna

III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário.

III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

A matéria relata que, no dia da eleição, o padre Paulo Sampaio Sandes expôs na homilia o suposto veto da Igreja Católica brasileira a Dilma e a todos os candidatos do PT. Segundo informa Maria Inês Nassif, o padre Paulo faz parte de uma congregação tradicional que é contra, entre outras coisas, o aborto, a união civil de homossexuais e a adoção de crianças por casais de homossexuais. Na saída da missa, o padre distribuiu uma carta onde a regional da CNBB pede aos fies que não votem em candidatos que defendem o aborto, nomeando os candidatos petistas. Não foi um caso isolado.

O bispo de Jales, Demétrio Valentini (foto), denunciou que integrantes da Regional Sul, contando com a conivência de alguns bispos, articularam uma trama para induzir os fiéis paulistas a acreditarem que a CNBB nacional tinha imposto um veto aos candidatos do PT nessas eleições, o que é negado pela direção da entidade. “Estamos constrangidos, pois a nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, disse Valentini ao Valor.

A Regional Sul 1, que abrange as dioceses do Estado de São Paulo, recomendou que às paróquias que distribuíssem o “Apelo aos Brasileiros”, que acusa o PT de ser parceiro do “imperialismo demográfico representado por fundações norteamericanas” e de “apoiar o aborto”. Apesar do desmentido da CNBB nacional, o documento foi distribuído em diversas igrejas de São Paulo, causando, segundo a opinião de diversos analistas e da maioria dos meios de comunicação um considerável prejuízo à candidata.

II livro da poética de Aristóteles - o Nome da Rosa - Umberto Eco

Il riso uccide la paura e senza la paura non ci puo essere la fede.
Senza la paura del demonio non c´e piu necessitá del temor di Dio.

è uma fala localizada na Idade Média, mas é um conceito que chegou ao século XXI.


In taberna quando sumus - Carmina Burana - Carl Orff




In taberna quando sumus,
non curamus quid sit humus,
sed ad ludum properamus,
cui semper insudamus.
quid agatur in taberna
ubi nummus est pincerna,
hoc est opus ut quaeratur;
si quid loquar, audiatur.

Quidam ludunt,
quidam bibunt,
quidam indiscrete vivunt.
sed in ludo qui morantur,
ex his quidam denudantur,
quidam ibi vestiuntur,
quidam saccis induuntur;
ibi nullus timet mortem,
sed pro Baccho mittunt sortem.

Primo pro nummata vini;
ex hac bibunt libertini;
semel bibunt pro captivis,
post haec bibunt ter pro vivis,
quater pro Christianis cunctis,
quinquies pro fidelibus defunctis,
sexies pro sororibus vanis,
septies pro militibus silvanis.
octies pro fratribus perversis,
nonies pro monachis dispersis,
decies pro navigantibus,
undecies pro discordantibus,
duodecies pro paenitentibus,
tredecies pro iter agentibus.

Tam pro papa quam pro rege
bibunt omnes sine lege.
Bibit hera, bibit herus,
bibit miles, bibit clerus,
bibit ille, bibit illa,
bibit servus cum ancilla,
bibit velox, bibit piger,
bibit albus, bibit niger,
bibit constans, bibit vagus,
bibit rudis, bibit magus,
Bibit pauper et aegrotus,
bibit exul et ignotus,
bibit puer, bibit canus,
bibit praesul et decanus,
bibit soror, bibit frater,
bibit anus, bibit mater,
bibit ista, bibit ille,
bibunt centum, bibunt mille.

Parum sescentae nummatae
durant cum immoderate
bibunt omnes sine meta,
quamvis bibant mente laeta;
sic nos rodunt omnes gentes,
et sic erimus egentes.
qui nos rodunt confundantur
et cum iustis non scribantur.

Os palanques e os estúdios

06/10/2010

ROBSON BARENHO

Celebrante da missa transmitida às 6 horas de ontem pela TV Canção Nova em Cachoeira Paulista, o padre José Augusto valeu-se de sua homilia para conclamar os telespectadores nos seguintes termos:

não votem no PT;

a) o PT é contra a vida;

b) o PT quer proibir o uso de símbolos religiosos;

c) o PT quer impor que a Igreja celebre casamento de homosexuais;

d) o PT quer proibir que os padres falem contra os homosexuais;

e) o PT é assassino. “Se eu desaparecer, vocês já sabem quem foi!”;

f) católico que votar no PT, no segundo turno, está excomungado.

Produzido e largamente disseminado durante o primeiro turno da disputa presidencial, esse discurso fraudulento e panfletário se espalhou e ganhou crédito de parcela do eleitorado graças a algo próximo a uma atitude contemplativa da campanha petista. Evidentemente mantido para o segundo turno, talvez se constitua no maior desafio a ser enfrentado por Dilma Rousseff e seus assessores, conselheiros, aliados, militantes e eleitores.

Aparentemente, a campanha de Dilma subestimou ou mesmo ignorou, durante o primeiro turno, o caráter massivo da divulgação de acusações, falsas ou não, de natureza religiosa e de natureza ética e/ou política. E, aparentemente por esse equívoco de avaliação, deixou de fora do debate e, portanto, alheio a esses temas, o mais poderoso instrumento de que dispunha para reagir às denúncias: o espaço de propaganda eleitoral no rádio e, sobretudo, na TV.
Em diversos momentos da disputa, o debate da campanha e o programa de propaganda de Dilma pareceram elementos de mundos diferentes. Grosso modo, foi como se houvesse uma campanha nas ruas e outra na TV, ou no cinema; como se houvesse uma campanha real e outra fictícia. Não por acaso, o último programa de TV da campanha de Dilma foi praticamente igual ao primeiro, como se nada houvesse ocorrido no tempo e no ambiente eleitoral, entre um e outro.

A campanha difamatória a Dilma, iniciada na internet já na metade do ano passado e, a cada dia, mais intensificada ao longo do primeiro turno, inclusive nos espaços de propaganda da oposição em diferentes mídias, foi praticamente ignorada pelos programas petistas de rádio e de TV. Ao longo e massivo ataque de religiosos, em centenas ou milhares de púlpitos e de palanques eletrônicos, a propaganda petista contrapôs, a rigor, não mais do que um brevíssimo pronunciamento do presidente Lula.

Em resumo, enquanto Dilma apanhava de múltiplos opositores e por todos os meios de comunicação de que eles dispunham, sua campanha desprezava os únicos espaços e meios que lhe permitiriam se contrapor, também massivamente, aos ataques que lhe eram dirigidos – os horários de propaganda na TV, sobretudo, e também o rádio. A rigor, nem as reações da própria Dilma a seus críticos e, não raramente, a seus agressores foram veiculadas nos espaços do PT.

O período de propaganda eleitoral voltará ao ar com mudanças exigidas por lei, como a igualdade do tempo a ser ocupado pelos candidatos. E, no caso da campanha de Dilma, será surpreendente se o espaço em rádio e TV continuar parcialmente desperdiçado pela veiculação de conteúdo alheio à campanha travada fora dos estúdios.

http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=22203