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domingo, 1 de abril de 2012

Cordão da Mentira Depois de torturadores, apoiadores da ditadura são alvos de protesto em São Paulo - Carta Maior





Boletim Carta Maior - 30 de Março de 2012 Ir para o site


ilustração: basicregisters



Depois dos assassinos e torturadores, agora é a vez dos apoiadores do golpe civil-militar de 1964 serem alvos de protestos. Passando por jornais, empresas e lugares simbólicos do apoio civil à ditadura, o Cordão da Mentira irá desfilar pelo centro da cidade de São Paulo para apontar quais foram os atores civis que se uniram aos militares durante os anos de chumbo. (link para Carta Maior no final)

CORDÃO DA MENTIRA
Quando: Domingo, 1º de abril de 2012, a partir das 11h30
Onde: concentração no Cemitério da Consolação


TRAJETO
R. Maria Antônia – Guerra da Maria Antônia
Av. Higienópolis – sede da TFP
R. Martim Francisco
R. Jaguaribe
R. Fortunato
R. Frederico Abranches
Parada no Largo da Santa Cecília
R. Ana Cintra – Elevado Costa e Silva
R. Barão de Campinas
R. Glete
R. Barão de Limeira – jornal Folha de S.Paulo
R. Duque de Caxias – Cracolândia/Projeto Nova Luz
R. Mauá
Dispersão: R. Mauá com a R. General Osório – antigo prédio do Dops


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19888


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Observações ao longo dos meses: acompanhando o movimento occupy - pela internet - em várias partes do planeta, não pude deixar de compará-los aos movimentos daqui.

Falta solidariedade? ( o que quer que isso signifique nesses tempos...). Explico: quando o movimento contra a tarifa do ônibus saiu às ruas, era evidente a presença de jovens. Participantes de meia idade, grisalhos, apareciam, nas reportagens, como curiosos. Desculpem-me se não observei direito; caso alguém da minha faixa etária (mais que balzaquiana) tenha ido, pardon.

No movimento No Berlusconi Day assisti - pela RAI news - uma senhorinha de 90 anos no palanque da praça,dizendo pelo microfone que não morreria sob o governo de Berlusconi. Na praça, cidadãos de todas as idades.

http://basicregisters.blogspot.com.br/2011/06/ser-e-ter-dignidade-na-terceira-idade.html

A mesma cena solidária na Espanha - onde empregados estão organizando uma cooperativa para apoiar os desempregados - na Grécia onde até um cão se solidariza.



O vídeo, homenagem a Loukanikos, comenta que ele tinha mais noção de liberdade e consciencia do que muitos humanos.

http://basicregisters.blogspot.com.br/2011/07/loukanikos-rioting-dog-of-athens.html

Pasma fiquei ao conhecer profissionais e professores de Direito - Penal, Constitucional - que não tinham conhecimento do "não caso" de Assange. Isso não afetou a qualidade das aulas as quais assisti. A qualidade das aulas, veja bem; afetou sim a avaliação da capacidade dos mesmos em "tocar uma causa". Seja ela tributária, civel, penal, constitucional, a matéria prima é o ser humano que existe no gerúndio, cada vez mais gerúndio com o acesso à web. Não tinham conhecimento. Fiquei de enviar o link do julgamento de Assange com o vídeo - ao vivo - transmitido pela Suprema Corte Britânica mas dei-me o direito ( e a maldade) de não enviá-lo por e-mail.

http://liberte-info.net/interviews/christine_assange_pt.html

Nessa terra onde o diploma superior é cada vez mais valorizado, esse desconhecimento é inadmissível. Mas seja de que lado for todos olhamos para nossos próprios umbigos, para nossa propria tchurma, somos corporativistas até na rebeldia. Até na liberdade de pensamento. Enviei um texto para um revisor que alterou uma parte do conteúdo por achá-lo inadequado. Foi aterrorizante! Veja a que ponto chegamos!!!Que diferença tem - conceitual e eticamente falando - entre essa liberdade fascista (advinda não da competência mas de uma falta total de ética)e a prisão um sujeito às escondidas? Absolutamente nenhuma.

E assim caminhamos, cumprindo o papel de pequena autoridade com muito orgulho, sem constrangimento algum. Loukanikos morreu. Nossos cães merecem um programa de rádio em frequência modulada. A senhorinha da praça talvez tenha morrido aliviada do resultado da campanha anti berlusca. Noss@s velhinh@os se endividam com empréstimo na folha de pagamento da pensão para terem uma vida um pouco melhor (?)


O Cordão da mentira, daqui algumas horas, passará sob a janela, na rua onde moro.



























domingo, 10 de outubro de 2010

Professores e pesquisadores de Filosofia lançam manifesto pró-Dilma



Um grupo de professores e pesquisadores de Filosofia, de várias universidades do Brasil, decidiu lançar um manifesto em apoio à candidatura de Dilma Rousseff para a Presidência da República. "Cremos que sua chegada à Presidência representará a continuidade, aprofundamento e aperfeiçoamento do combate à pobreza e à desigualdade que marcou os últimos oito anos", diz o texto. Os professores e pesquisadores de Filosofia também manifestam preocupação com a instrumentalização do discurso religioso na presente corrida presidencial.
(...)
Devido a vários pedidos de pessoas sem vínculo institucional na área da filosofia, a equipe que elaborou o manifesto de professores e pesquisadores de Filosofia em apoio à candidatura de Dilma Rousseff decidiu criar uma petição “universal”, com o objetivo de permitir que qualquer indivíduo apóie o manifesto original.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17035&editoria_id=4

Tarso Genro_CartaMaior



Texto da entrevista: Carta Maior

Deus Vult! (*)



colagem de basicregisters sobre obra de Hieronymus Bosch


(*):Deus Vult era o mote que a multidão insana proclamava por toda Europa depois do Concílio de Placência de 1095. Na sua ignorãncia achavam que qualquer cidade de maior porte era Jerusalém e matavam e saqueavam todo mundo. In nomine Dei tibi ignosco


O círculo da direita se fecha: teocracia, censura nas redações, ideologia do medo (Carta Maior)

É evidente que essa temática religiosa não é o que interessa para o Brasil. Mas se Serra escolheu o obscurantismo, é preciso mostrar isso à população. A esquerda, tantas e tantas vezes, foge dos enfrentamentos. Acho que desse enfrentamento não deveria fugir. Ciro Gomes disse -de forma muito apropriada - que o discurso de Serra é o caminho para um regime teocrático. O Brasil precisa que se faça esse debate.Do lado de Serra, certamente ficará muita gente. Mas tenho certeza que do outro lado ficará o que há de civilizado nesse nosso país. Há espaço para uma centro-direita civilizada no Brasil. Mas essa direita que avança com Serra não merece respeito. Merece ser combatida. O artigo é de Rodrigo Vianna.

Rodrigo Vianna - O Escrevinhador

Texto publicado originalmente no blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna

Com a generosa ajuda da velha mídia brasileira, e uma mãozinha da candidatura de Marina Silva, Serra conseguiu pautar a reta final do primeiro turno e o inicio do segundo turno com uma temática religiosa.

É um atraso gigantesco para o Brasil.

Parte dos apoiadores de Dilma acha que a campanha do PT deve fugir desse debate, recolher apoios de evangélicos e católicos, e rapidamente mudar de assunto.

Penso um pouco diferente.

É evidente que essa temática religiosa não é o que interessa para o Brasil. Mas se Serra escolheu o obscurantismo, é preciso mostrar isso à população. A esquerda, tantas e tantas vezes, foge dos enfrentamentos. Acho que desse enfrentamento não deveria fugir.

Por que ninguém do PT é capaz de dar uma resposta a Serra, deixando a Ciro Gomes a tarefa de pendurar o guiso no gato? Ciro disse -de forma muito apropriada - que o discurso de Serra é o caminho para um regime teocrático. Vejam:

(Ciro Gomes) “Por que o PSDB, que nasceu para ajudar a modernidade do País, resolveu agora advogar o Estado teocrático? O Serra tem de dizer que, na República que ele advoga, primeiro falam os aiatolás, e aí os políticos resolvem o que os aiatolás querem que seja feito.”

O Brasil, agora digo eu, precisa que se faça esse debate.

O Brasil precisa, também, comparar os resultados econômicos e sociais de FHC e Lula. Mas precisa de politização, precisa que se enfrente o pensamento conservador.

Essa é uma hora boa para desmascarar a intolerância religiosa.

Aliás, é preciso tomar cuidado ao associar “evangélicos”, apenas, a esse discurso intolerante. Não. Os ataques mais coordenados e mais perigosos partem da Igreja Católica.

É preciso – com muito cuidado e respeito pelos milhares de católicos e evangélicos que praticam a religião apenas para confortar suas almas, e para difundir o amor ao próximo – lembrar que já houve um tempo em que a religião mandava na política.

No Brasil Colonial, tivemos a Inquisição católica a prender, torturar e executar. A intolerância religiosa já matou muito – no mundo inteiro. Aprendemos isso na escola, ou deveríamos aprender (quem não se lembra da “Noite de São Bartolomeu” ,na França, pode ler algo aqui).

Já que Serra quer travar esse debate, devemos pendurar o guiso no gato, e perguntar se o que ele quer é um Estado teocrático. É isso?

Do lado de Serra, certamente ficará muita gente. Mas tenho certeza que do outro lado ficará o que há de civilizado nesse nosso país.

Na Espanha, esse debate é travado nas eleições. O PP (partido conservador) tem uma parceria muito próxima com a Opus Dei e com o catolicismo mais reacionário. O PSOE (social-democrata) não tem medo de assumir a defesa de um Estado laico – respeitando as práticas religiosas.

O PSOE ganhou eleição prometendo união civil de homossexuais. A direita católica do PP realizou marchas com quase um milhão de pessoas, contra essa plataforma. Levou bispos e padres (de batina e tudo) para as ruas. O PP tentou intimidar o PSOE. O que fez a centro-esquerda? Travou o debate, resistiu, deu uma banana para o terrorismo religioso. E ganhou.

É preciso ter coragem.

O círculo da direita se fecha: ela tem as igrejas (algumas), ela tem a velha mídia, ela tem a prática da intolerância.

“A ideologia da direita é o medo”, já nos ensinava Simone de Beauvoir.

A intolerância e o medo é que levaram o “Estadão” (que, diga-se, abre espaços para a Opus Dei) a demitir Maria Rita Kehl por ter escrito um artigo que contraria a linha oficial de “somos Serra até a morte”.

Nas redações, não há espaço para dissenso. Quem levanta a cabeça tem a cabeça cortada.

“Folha” (que censura blogs), “Estadão” (que demite colunista), “Veja” (com seu esgoto jornalístico a céu aberto) e “Globo” (sob comando de Ali “não somos racistas” Kamel) são a armada a serviço desse contra-ataque conservador. Isso já está claro há muito tempo. Mas Lula parece ter minimizado essa articulação, e acreditado que enfrentaria tudo no gogó – sem politizar o debate. Não deu certo. É preciso enfrentamento, politização.

Esse é um combate que merecer ser travado. Para ganhar ou perder. E acho que temos toda chance de ganhar.

Até porque, se Serra ganhar com esse discurso de ódio, e com esses apoios (panfletos da TFP, reuniões no Clube Militar, pregação e intolerância religiosas), o país (empresários, trabalhadores, classe média) precisa saber que teremos uma nação conflagrada durante 4 anos.

Não dá pra fazer de conta que isso não está acontecendo.

Há espaço para uma centro-direita civilizada no Brasil? Claro. Mas essa direita que avança com Serra não merece respeito. Merece ser combatida, como fazem os espanhóis e como fez o Ciro Gomes.

Com coragem.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Padre e bispos da CNBB-SP cometeram crime eleitoral

Carta Maior: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17026


Integrantes de ala ultra-conservadora da Igreja Católica distribuíram panfleto na saída de missas e fizeram proselitismo contra a candidata Dilma Rousseff, no dia da eleição. O bispo de Jales, Demétrio Valentini, denunciou que integrantes da Regional Sul da CNBB, entre eles o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga (foto) articularam trama para induzir os fiéis a acreditar que o panfleto expressava posição da CNBB, o que foi negado pela direção da entidade. “A nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, denunciou o bispo de Jales. Prática constitui crime eleitoral punível com detenção de seis meses a um ano.

Marco Aurélio Weissheimer

O padre Paulo Sampaio Sandes, articulado com o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga, e um grupo de outros integrantes da ala ultra-conservadora da Igreja Católica cometeram crime eleitoral no domingo (3), dia da realização do primeiro turno da eleição presidencial no Brasil. Conforme matéria de Maria Inês Nassif, publicada no jornal Valor Econômico (04/10/2010), Sandes, Gonzaga e outros elementos distribuíram propaganda eleitoral e fizeram proselitismo em espaço público valendo-se de sua condição de religiosos contra a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, que, na avaliação dos citados, seria contrária aos “valores cristãos”.

Esse tipo de prática é expressamente proibido pela legislação eleitoral brasileira. O panfleto distribuído pelos religiosos no dia da eleição é assinado pelos bispos Dom Nelson Westrupp, Dom Benedito Beni dos Santos e Dom Airton José dos Santos.

O artigo 37, da Lei n° 9.504, proíbe esse tipo de manifestação em bens de uso comum. O parágrafo 4°, do referido artigo, inclui os templos religiosos nesta categoria:

“Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pela Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada”.


E o artigo 39, da mesma lei, afirma que:

“Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR”:

(…)

II – a distribuição de material de propaganda política, inclusive volantes e outros impressos, ou a prática de aliciamento, coação ou manifestação tendentes a influir na vontade do eleitor.

II – a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna

III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário.

III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

A matéria relata que, no dia da eleição, o padre Paulo Sampaio Sandes expôs na homilia o suposto veto da Igreja Católica brasileira a Dilma e a todos os candidatos do PT. Segundo informa Maria Inês Nassif, o padre Paulo faz parte de uma congregação tradicional que é contra, entre outras coisas, o aborto, a união civil de homossexuais e a adoção de crianças por casais de homossexuais. Na saída da missa, o padre distribuiu uma carta onde a regional da CNBB pede aos fies que não votem em candidatos que defendem o aborto, nomeando os candidatos petistas. Não foi um caso isolado.

O bispo de Jales, Demétrio Valentini (foto), denunciou que integrantes da Regional Sul, contando com a conivência de alguns bispos, articularam uma trama para induzir os fiéis paulistas a acreditarem que a CNBB nacional tinha imposto um veto aos candidatos do PT nessas eleições, o que é negado pela direção da entidade. “Estamos constrangidos, pois a nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, disse Valentini ao Valor.

A Regional Sul 1, que abrange as dioceses do Estado de São Paulo, recomendou que às paróquias que distribuíssem o “Apelo aos Brasileiros”, que acusa o PT de ser parceiro do “imperialismo demográfico representado por fundações norteamericanas” e de “apoiar o aborto”. Apesar do desmentido da CNBB nacional, o documento foi distribuído em diversas igrejas de São Paulo, causando, segundo a opinião de diversos analistas e da maioria dos meios de comunicação um considerável prejuízo à candidata.