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Se compreender é impossível, conhecer é necessário.
Primo Levi

“Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem” B.Brecht

"Politicians should read science fiction, not westerns and detective stories." - Arthur C. Clarke

Time is so old and love so brief
Love is pure gold and time a thief (Billie Holiday)

Ai que preguica! (Macunaima)

No creo en la eternidad de las peleas
Y en las recetas de la felicidad (John Drexler, Mercedes Sosa)

Na aula de hoje: Todo vice é um Kinder Ovo; vem com uma surpresa dentro.



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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Morte na linha amarela do metrô

Lendo sobre isso me lembrei: e o sítio arquelógico? Morreu também? Nunca mais ouvi, li, nada a respeito.

Situação atual do sítio - janeiro de 2011






Veja como ele era em fevereiro de 2010 na matéria Uma aldeia no caminho do metrô, tudo direitinho como a gente vê nos documentários da National Geographic, marcado, coberto. Será que já tiraram tudo de lá?

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Quando for gente grande quero ser...

Faço pão para consumo próprio há mais de 30 anos. Peguei o gosto com PapaGianni, lá no Piemonte. No inverno faziamos pão ( as bolachinhas de amendoas ele comprava na padaria), bebericando grappa ou vinho e parlando e ridendo...quando não cantavamos em duetto trechos de ópera (A la Caros Amigos).
Hoje dei minha primeira aula de pão para 4 garotos de 10 a 14 anos. Foi uma farra. Pão recheado de azeitonas.
Quando expliquei sobre o fermento biológico, falamos sobre as indias que mascam a mandioca e cospem para fermentação da bebida que preparam para consumo da aldeia em ocasiões especiais. O cauim.
Fiquei com a impressão de que o futuro depende do que passamos pra eles. Vou postar umas fotos dos gestos. Cada um amassou sua porção em bacias individuais, depois juntamos tudo numa outra - gigantesca, amassamos todos juntos, dividimos novamente e cada um abriu novamente sua parte, recheou com as azeitonas verdes picadas e depois de crescer assamos.
Ficaram impressionados porque era simples: farinha, azeite de oliva, fermento, água e sal. Simples. E saboroso.


foto:basicregisters


foto:basicregisters


foto:basicregisters

Hoje tem noticias importantes em "apostar nas crianças". Lí no Brasilia Confidencial o novo projeto de Maurício de Sousa: Turma da Mônica promove a integração das crianças do Mercosul. Voce pode ler a matéria no site. São gibis da Turma da Mônica em portugues espanhol e guarani, além do portal representando os 4 países que integram o Mercosul. Gostaria de saber quem vai traduzir para o guarani, se são representantes dos Povos Tradicionais integrados ou em parceria com o mundo acadêmico dos warazu (brancos como nos designam os xavantes) ou apena os acadêmicos warazu. Pelo que sei o projeto preve lançamento em meados de 2011. O que Marcos Bagno acha? Voce pode ler a matéria no site.

Então há esperança em não assistirmos mais as cenas de intolerância com os imigrantes latinos em países latinos.

sábado, 30 de outubro de 2010

Dilma: “Quem cuida dos pobres em São Paulo é o Governo Lula”


(...) Em um dos raros momentos com alguma eletricidade no debate, a petista reparou que é o governo federal “quem cuida dos pobres de São Paulo”, atendendo 1,1 milhão das 1,4 milhão de famílias carentes do estado governado pelo PSDB. A intervenção aconteceu pouco depois de Serra elencar uma série de políticas sociais de seu programa.(...)

Ayrton Centeno sobre último debate entre os candidatos.

Leia tudo em Brasilia Confidencial

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Temporada de bumerangues



ilustração basicregisters


27/10/2010


AYRTON CENTENO

É de impressionar a frequência com que os movimentos da campanha de José Serra – grande parte deles secundados devotadamente pela antiga mídia que lhe segue os passos – fazem uma pirueta no ar e se voltam, com igual ou maior impacto, contra a própria candidatura. É uma temporada de bumerangues.

Foi assim com o neocarolismo assumido do candidato que passou furiosamente a beijar imagens, enrolar-se em rosários e puxar hinos com um oportunismo nunca visto em um processo eleitoral no Brasil. Ninguém estranharia se o tucano se juntasse a uma passeata de penitentes açoitando as próprias costas. Este caminho alucinado, porém, levou-o à frente de um padre no interior de Pernambuco que, esbravejando e sem se intimidar com o cardinalato tucano, acusou-o de profanador da religião. Por pouco, não se repetiu na missa a cena bíblica de Jesus Cristo expulsando a chibatadas os vendilhões do templo de Jerusalém.


leia tudo em brasiliaconfidencial

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Exposição Picha – Histórias em Quadrinhos Africanas

Exposição Picha – Histórias em Quadrinhos Africanas

19/10/2010

Até 08 de novembro

Está aberta ao público até o dia 8 de novembro a Exposição Picha, no Museu Afro Brasil, em São Paulo. A mostra expõe desenhos no formato de HQs de 19 artistas gráficos africanos, representando 15 países do continente, com temáticas que refletem, sobretudo, cenas do cotidiano e a realidade sócio-política africana. A produção de HQs africanos é estimulada dentro e fora do Continente. No site Africa Comics (http://www.africacomics.net/eng_index.shtml), que tem apoio da UNESCO e outras instituições, pode-se conhecer a produção e atualidades sobre os HQs africanos.

Data: de 15 de outubro a 08 de novembro.

Horário: de terça a domingo das 10h às 17h

Telefone: (11) 5579-0593

Site: http://www.museuafrobrasil.org.br/

Ingresso: Grátis

fonte: brasiliaconfidencial

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Quando a biografia diz não

15/10/2010

AYRTON CENTENO

Campanha eleitoral tem mil e uma utilidades. Uma delas é mostrar o que é transformado no que não é. Para isso, serve-se o candidato de sua capacidade de mimetizar referências positivas. No primeiro turno, apontado nas pesquisas qualitativas como o “candidato dos ricos”, José Serra metamorfoseou-se no pobre “Zé da Moóca”, o “amigo do Lula”. Mas a nova identidade não colou. Até seu mentor FHC chiou: “Serra não é Zé, Serra é Serra!” Então, voltou a ser Serra. É do jogo. Mas, convenhamos, o disfarce deste segundo turno vai além do decoro e do respeito às coisas sabidas e consabidas. Agora, Serra ou Zé ou Serra é “o homem do bem”. E é, convenhamos, demais até para as regras complacentes das fantasias eleitorais.

Adversários e aliados, esquerda e direita, conservadores e progressistas, todo o mundo da política sabe que Serra, Zé ou Serra não cabe no novo figurino.

“Serra é mais feio na alma do que no rosto”, carimbou Ciro Gomes. Integrante do PSDB até 1996, portanto ex-companheiro de viagem do tucano, Ciro já declarou que Serra “não tem escrúpulos” e “passaria com um trator até por cima da mãe”. Acusou-o de ser truculento e de agir destrutivamente. Ele sabe do que fala. A transformação da internet em uma cloaca nazista, plena de ódio, mentira e preconceito serve como ilustração.

Relata a crônica política que sua antiga aliada do PFL, Roseana Sarney, e seus companheiros de PSDB, os ex-ministros Paulo Renato e Pedro Malan e o senador Tasso Jereissati – estes três adversários de Serra na disputa interna do PSDB à sucessão presidencial em 2002 – sabem bem como é amarga a condição de quem se atravessa no caminho do “homem do bem”.

Mas um “homem do bem” precisa ter a coragem de assumir o que faz. Um “homem do bem” precisa dar respostas. E respostas convincentes. Serra, alvo de muitas perguntas, não costuma dá-las.

Precisa explicar, por exemplo, como seu dileto amigo, primo político e ex-sócio, Gregório Marin Preciado, mais conhecido como “Espanhol”, conseguiu reduzir sua dívida no Banco do Brasil – na época de FHC presidente e Serra ministro — de R$ 448 milhões para apenas R$ 4,1 milhões! Menos de 1% do que devia! Quais dos milhões de credores do BB não gostariam de um tratamento vip desses? Mas não é para qualquer bico e sim para bico de tucano…Pelo menos, parece que naqueles tempos era assim.

Precisa explicar porque alojou o mesmo Preciado no conselho de administração do Banespa, banco de todos os paulistas, mais tarde privatizado, segundo o receituário tucano. Não antes do Banespa perder dinheiro grosso em negociações com o dito Preciado.

Precisa explicar como o “Espanhol”, mesmo quebrado, arranjou US$ 3,2 milhões para depositar no exterior, através da conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova Iorque. Boa parte da bolada favoreceu empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e também de FHC, alvo de vários processos por conta das privatizações da Era Tucana.

Precisa explicar como e porque seu ex-caixa ajudou o querido primo, antigo sócio e sempre amigo Preciado — este sem vintém e devendo ao Banco do Brasil — a comprar três estatais de energia elétrica – Coelba, da Bahia, Cosern, do Rio Grande do Norte, e Celpe, de Pernambuco. Representante da empresa Iberdrola, da Espanha, Preciado conseguiu, sempre com a mão amiga do ex-caixa de Serra, formar o consórcio Guaraniana que arrematou as três empresas estaduais. E tudo em sociedade com o BB. Ou seja, deu-se uma mágica segundo a qual um grande devedor do BB tornou-se sócio do próprio credor para comprar patrimônio público do povo brasileiro!

Precisa explicar porque a maior parte do dinheiro de Preciado trafegou no exterior justamente em anos eleitorais, especialmente em 2002, quando o amigo, sócio e primo Serra disputou a Presidência contra Lula. Foram US$ 1,5 milhão. Mera casualidade? Serra deve explicar.

Precisa explicar porque, junto com o primo e então sócio Preciado, desfez-se às pressas de um imóvel que seria penhorado por dívidas junto ao Banco do Brasil. Teriam praticado aquilo que é conhecido como “fraude pauliana”? Em outras palavras, fraude contra credor, impedindo-o de se ressarcir do dano sofrido?

Precisa explicar como foi exatamente que sua filha e ex-sócia, Verônica Serra, tornou-se também sócia de outra Verônica, esta Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, na empresa Decidir em Miami. E qual exatamente foi o papel do banco Opportunity, de Dantas, no financiamento da empresa? Dantas que, por outra coincidência, arrematou várias estatais na era de ouro da privataria e, em uma de suas últimas aparições públicas, portava elegantes algemas aplicadas pelo delegado Protógenes Queiroz, da PF.

Precisa explicar porque, durante muitos anos, omitiu das declarações à Justiça Eleitoral sua sociedade com a filha Verônica na ACP Análise da Conjuntura, firma que operava em São Paulo em imóvel do primo, ex-sócio e amigo Preciado. Por quê?

Precisa explicar a penca de empresas de nomes iguais ou similares – como se fosse preciso despistar alguém — abertas por sua ex-sócia e filha, além do genro Alexandre Bourgeois, no Brasil e em paraísos fiscais.

Precisa explicar porque o alto tucanato abriu tantas empresas em paraísos fiscais do Caribe, notadamente no Citco Building, em Road Town, nas Ilhas Virgens Britânicas, e coincidentemente no tempo das privatizações. De onde saiu tanto dinheiro?

Precisa explicar, aliás, onde foi parar mesmo o dinheiro das privatizações?

É árduo senão impossível responder estas perguntas, todas oriundas de reportagens, representações do Ministério Público Federal, ações judiciais e relatórios de CPIs. Perguntar-lhe também tem sido difícil. Não somente pelo compromisso dos donos da mídia com o candidato, mas pela sua recorrente reação às raras questões embaraçosas apresentadas pelos repórteres. O tratamento padrão dado àqueles que dele divergem ou o questionam não ajuda na composição da alegoria de “homem do bem”. As redações sabem que, na pele de Serra ou Zé, a resposta pode ser igualmente brusca e destemperada. Foi assim nesta semana e assim tem sido ao longo de toda a campanha. Mas é um momento jornalisticamente revelador porque o candidato exibe-se inteiro como realmente é: autoritário e prepotente.

O problema de Serra reside em um ponto: a categoria de “homem do bem” não é autoconcedida. Depende dos outros, de seus juízos e de toda uma história de vida e de escolhas. Do que se fez e do que se deixou de fazer. E do que se está fazendo exatamente agora.

Serra pode querer ser, por conveniência, o “homem do bem”. Mas sua biografia diz não.

Brasília Confidencial

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Retorno do fundo da terra

Brasília Confidencial 13/10/2010

Levantado das profundezas da terra, o mineiro chileno Florencio Ávalos, de 31 anos de idade, voltou à superfície aos 10 minutos desta quarta-feira, ao fim de 69 dias de uma epopéia que partilhou com 32 companheiros, a 622 metros de profundidade, num refúgio da mina de cobre e ouro San José, no norte do Chile. Sobreviventes do desmoronamento da mina, em 5 de agosto, eles sobreviveram também ao confinamento que o acidente lhes impôs no subsolo do território do deserto do Atacama.



Florencio Ávalos, casado, pai de dois filhos, é o capataz da mina e primeiro na hierarquia depois do chefe de turno. Ele não gosta de aparecer e trabalhou gravando a maioria dos vídeos difundidos do interior da mina. Sua habilidade em lidar com situações críticas, a juventude e a experiência de oito anos na mina fez com que ele fosse escolhido para ser o primeiro a subir na cápsula de resgate, chamada Fênix II, onde “viajou” por 15 minutos. Saiu da cápsula de 53 centímetros de diâmetro sob aplausos e gritos usando óculos escuros para proteger os olhos da alta luminosidade após mais de dois meses num ambiente com pouca luz. Abraçou seu filho de 7 anos e sua mulher, Mônica, e cumprimentou o presidente chileno Sebastián Piñera e funcionários do governo. Colocado em uma maca, foi levado ao hospital de campanha montado no local.

O segundo mineiro resgatado é Mario Sepúlveda Espinace. O eletricista saiu da cápsula carregando uma sacola com “presentes” – pedras do fundo da mina que distribuiu aos integrantes da equipe de socorro.

Sepúlveda puxou a “torcida” presente aos gritos de “Chi, Chi, Chile”. Aos 39 anos, casado, pai de dois filhos, ele ficou conhecido como o porta-voz dos confinados nos vídeos transmitidos do fundo da mina.



Juan Illanes foi o terceiro resgatado durante a madrugada.

O último homem a ser retirado é Luis Urzua, 54 anos, o líder dos mineiros. Ele teve participação crucial nos primeiros dias posteriores ao acidente, quando o grupo teve de racionar comida para sobreviver.