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quinta-feira, 30 de junho de 2011

A palestra de Miguel Nicolelis no MASP - 29 de junho de 2011

foto:basicregisters Auditório do Masp - 29 de junho de 2011. *


Na palestra - do ciclo Fronteiras do Pensamento - Miguel Nicolelis falou a respeito de seu livro e dos seus vinte anos de pesquisa. Antes contou do prazer de fazer a palestra de lançamento do livro na Sala São Paulo. Os neurofisiologistas e neurocientistas escutam as Sinfonias Neurais, para o desenvolvimento de suas pesquisas, explicou, exemplificando com um áudio do que nosso cérebro gera. Nós somos uma sinfonia! Citou a palestra no Planetário do Rio de Janeiro. Disse que os neurofisiologistas e neurocientistas são “um tipo peculiar de astrônomos” da mente, já que registram e mapeiam as tempestades elétricas cerebrais as quais compara, em quantidade de elementos, ao número de galáxias que existem no Universo. Mostrou uma Tempestade Cerebral.

Usando de suas palavras: “entre nossas orelhas” produzimos Sinfonia e contemos o Universo! Falou sobre libertar a ação do nosso cérebro dos limites do nosso corpo, exemplificando com vídeos da Aurora em várias situações.

Emocionante, também, a exibição dos vídeos sobre sua pesquisa no tratamento da epilepsia, recuperação de movimentos.



Pensei muito em Sir Arthur Clarke, especificamente dois contos: “O céu impiedoso” de 1966, onde um cientista paraplégico inventa uma máquina que, usada nas costas como uma mochila, desafia a gravidade e então, com seu assistente, ele pode escalar o Everest. Outro conto é “Encontro com Medusa”. O comandante Falcon e sua tripulação de humanos e “chimps”, ao sobrevoar o Grand Canyon com o Queen Elizabeth, sofre um acidente. Implantes no cérebro e próteses o recuperam e, não apenas, aumentam sua acuidade mental. Anos depois comanda uma nave que vai explorar a atmosfera de Júpiter.

Nicolelis foi além. Há um projeto de na Copa, o primeiro chute ser dado por um paciente com os movimentos recuperados, com o uso da técnica que ele e sua equipe vêm desenvolvendo.

Numa conversa que ia do científico, do poético, passando pelo político, futebol, com bom humor, ironia quando necessário e uma generosidade ímpar, todos, como eu, que não eram da área, puderam entender e participar da exposição de uma nova realidade que não é confortável.

Desconfortável porque abala o chão onde acreditamos estar apoiados. Mas se nos dedicarmos a pensar, de modo singelo e sincero, em tudo o que ele disse no auditório do MASP e que está nas 534 páginas de seu livro “Muito além do Nosso Eu”, poderemos desembaçar o espelho no qual nos miramos.

Mas não é só esticar a manga da camiseta até a mão e polir a superfície. É um trabalho interno que deve ter conseqüências positivas para o coletivo. O ditado popular “uma andorinha só não faz verão” foi confirmado cientificamente.

É no coletivo que a realidade se transforma. Logo a qualidade de cada um é fundamental. "Não queira para os outros aquilo que não quer para você”.

Então teremos o mais lindo espelho para nos mirarmos: os outros.

Quando chegar a minha hora de virar pó de estrela de novo, virarei tendo um de meus desejos realizados: a ciência explicando o que é, ainda hoje, “sobrenatural”. Esse conhecimento precisa chegar para todos.

Então, como ele comenta em seu livro, a palavra Milagre recuperará seu verdadeiro significado.

Presentão, foi no dia do meu aniversário!

* sóbria a poltrona , não é? Mas ele não sentou em nenhum momento da palestra. Na sessão de autógrafos, em outra sala, aí sim ele usou a cadeira.

3 comentários:

Lucinda Prado disse...

Oi Monica,
Fiquei encantada com o que li aqui. Depois vou ver o vídeo com a entrevista do Jô.
Em tempo;adorei sua arte.
Beijos
Lucinda Prado

Lucinda Prado disse...

Oi Monica,
Fiquei encantada com o que li aqui. Depois vou ver o vídeo com a entrevista do Jô.
Em tempo;adorei sua arte.
Beijos
Lucinda Prado

basicregisters disse...

obrigada Lucinda! Vindo de voc~e é uma honra!