
Hoje abri ao acaso o livro de Mário Quintana:
Poema de Circunstância
Onde estão os meus verdes?
os meus azuis?
O Arranha-Céu comeu!
E ainda falam nos mastodontes, nos brontossauros, nos tiranossauros,
Que mais sei eu...
Daqui
Do fundo
Das suas goelas
Só vemos o céu, estreitamente, através de suas empinadas gargantas ressecas.
para que lhes serviu beberem tanta luz?!
Defronte
À janela aonde trabalho
Há uma grande árvore...
Mas já estão gestando um monstro de permeio!
Sim, uma grande árvore... Enquanto há verde.
Pastai, pastai, olhos meus...
Uma grande árvore muito verde... Ah,
Todos os meus olhares são de adeus
Como o último olhar de um condenado.
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